domingo, 1 de janeiro de 2012

Paco Bandeira vai ser julgado no Tribunal de Oeiras por violência doméstica

«Violência doméstica contra a mulher e maus tratos sobre a própria filha, quando ainda era bebé, são dois dos crimes que levam o cantor Paco Bandeira ao banco dos réus do Tribunal de Oeiras. A primeira companheira do músico, recorde-se, foi encontrada em 1996 com uma bala na cabeça, mas vingou a tese de suicídio.





Entre 1997 e 2009, a segunda mulher do músico, M.R., foi humilhada, agredida e ameaçada, chegando num dos muitos episódios violentos a ter um revólver encostado à cabeça – com a filha de 3 anos ao colo, lê-se na acusação do Ministério Público a que o CM teve acesso.

Paco Bandeira iniciou a relação com M.R. poucos meses depois de a primeira mulher ter morrido com um tiro do seu revólver.

Ciumento e possessivo, uma semana antes do baptizado da filha, agora com 12 anos, Paco Bandeira disse ter um vídeo da prova da infidelidade da mulher com o padre que celebrou a missa, o que não se confirmou. O cantor alentejano chegou a confessar à empregada doméstica que M.R. "corria risco de vida" e que tinha mesmo "a hora marcada". Instalou sem o seu conhecimento um sistema de gravação de imagem e som no interior da casa em Oeiras. Todos os passos de M.R. eram vigiados.

M.R. é técnica superior dos Serviços Prisionais e partilhou a casa com Paco Bandeira 12 anos.

Saiu de casa a 17 de Abril de 2009, depois de várias humilhações, inclusive na presença de pessoas. "Tu és estúpida" ou "cala-te, tu não percebes nada do assunto" eram algumas das expressões. A filha assistiu à maior parte das cenas violentas e numa das vezes evitou com o choro que a mãe levasse uma paulada na cabeça.

MULHER E FILHA DEIXAM LAR "POR RISCO DE VIDA"
M.R. e a filha só abandonaram a casa em Oeiras a 15 de Abril de 2009. A mulher regressou à casa dos pais "por entender que corria risco de vida, bem como a sua filha". Ontem, os vizinhos mostraram-se surpreendidos com a acusação de agressões. "Parecia um casal normal", disse uma vizinha.

ESCONDIA ARMAS EM CASA E NO SEU MERCEDES
Segundo a acusação, Paco Bandeira fazia-se acompanhar de um revólver que levava no seu Mercedes. Em casa, tinha outro dentro de uma caixa na cómoda e deixava munições em cima da mesa-de-cabeceira, no quarto, na sala e na cómoda da casa do Alentejo.

NÃO QUERIA SER INCOMODADO AO VER TELEVISÃO
O tratamento do cantor para com a mulher e a filha era de desprezo. Em Maio de 2008, Paco Bandeira ordenou à mulher a à filha que saíssem da sala onde todos estavam a ver televisão e fossem para a garagem. Não queria ser incomodado com o barulho.

"ACUSAÇÃO MUITO BEM FUNDAMENTADA"
Pedro Sobral é o advogado de defesa da vítima e, ontem, confrontado pelo CM, disse apenas que considera que a "acusação está muito bem fundamentada". O processo partiu de uma técnica do Gabinete de Apoio à Vítima, que fez queixa ao Ministério Público. O advogado relembrou que as agressões davam-se em Oeiras, na sua quinta em Sintra e no Monte do Cortiço, uma propriedade no Alentejo.»



in CM online, 31-12-2011

Sem comentários:

Enviar um comentário