sexta-feira, 14 de outubro de 2011

George Wright em prisão domiciliária com pulseira electrónica, por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa

«O norte-americano George Wright ficará a partir desta sexta-feira em prisão domiciliária com pulseira electrónica, por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa.


- George Wright, à esquerda -


George Wright, naturalizado português, estava detido preventivamente no Estabelecimento Prisional anexo à Polícia Judiciária no âmbito de um pedido de extradição das autoridades do EUA.


Detido a 26 de Setembro pela Polícia Judiciária (PJ) e procurado há 41 anos pelas autoridades norte-americanas, George Wright, de 68 anos, vive em Portugal com o nome de José Luís Jorge Santos. Opôs-se à extradição para os EUA (de onde fugiu há 41 anos) em defesa apresentada junto da Relação de Lisboa.

Na altura, este tribunal recusou o pedido da defesa de George Wright para que este ficasse a aguardar o desenrolar do processo em liberdade provisória, mas acedeu em pedir um relatório à Segurança Social.

Wright foi condenado pelo homicídio, em 1962, de Walter Patterson, o proprietário de uma bomba de gasolina em Wall, Nova Jérsia, um veterano da II Guerra Mundial e pai de dois filhos.

O condenado terá também cometido vários assaltos à mão armada no mesmo ano e com a ajuda de três cúmplices, que também foram detidos na altura.

Segundo o FBI, Wright era militante do grupo clandestino Exército de Libertação Negra que, em 1972, sequestrou um avião da Delta Air Lines que voava de Detroit para Miami.

Depois de ter libertado os passageiros, a troco de um milhão de dólares (o mais alto resgate pago até então), os piratas do ar obrigaram o comandante a voar até Boston e depois para a Argélia, onde pediram asilo.

O Governo argelino devolveu o avião e o resgate aos EUA, a pedido da Administração norte-americana, e deteve os sequestradores temporariamente.

Os cúmplices de Wright foram presos, julgados e condenados em Paris em 1976. Wright foi o único que se manteve em fuga, até ser capturado a 26 de Setembro pelas autoridades portuguesas, no concelho de Sintra.

Portugal e os Estados Unidos têm um acordo de extradição, mas isso não impede que os arguidos possam contestar a sua transferência, já que o procedimento não é automático e tem de ser apreciado por um juiz de um tribunal superior.

A pena máxima de prisão em Portugal é de 25 anos e no Estado de Nova Jérsia, onde Wright cometeu o homicídio pelo qual está condenado, vai até à prisão perpétua.»


Texto in JN online, 14-10-2011
Imagem in Google

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