segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tribunal de Porto de Mós: Empresário António Bastos que matou assaltante recusou falar

«O vice-presidente da SAD do União de Leiria recusou hoje, segunda-feira, prestar declarações no Tribunal de Porto de Mós. O empresário António Bastos está acusado da morte de um suspeito do assalto ao seu armazém, depois deste estar algemado pela GNR. O crime ocorreu a 16 de Outubro de 2009.



Para além de homicídio qualificado, o empresário está ainda acusado dos crimes de detenção de arma proibida e ofensas à integridade física qualificada, este último na sequência dos ferimentos causados a um militar da GNR.

Um tribunal de júri começou hoje, segunda-feira, a julgar este caso, que ficou marcado pelo depoimento de um inspector da Polícia Judiciária de Leiria. Segundo a testemunha o disparo foi feito “a 50 centímetros da vítima” e “de baixo para cima”.

Com recurso à arma do crime e a dois elementos do júri, o inspector explicou em tribunal como estariam localizadas a vítima, arguido e militar da GNR, e como terá sido feito o disparo, uma explicação tendo em conta as provas periciais e médico-legais realizadas no âmbito deste processo.

De acordo com o despacho da acusação, a vítima, José da Silva, 41 anos, entrou nas instalações da Madiver , uma empresa de materiais de construção do arguido, na madrugada de 16 de Outubro de 2009, para “fazer seus todos os objectos de valor que encontrasse, nomeadamente gasóleo” de veículos pesados ali estacionados.

Alertado por um funcionário – que fazia as funções de segurança da empresa após ter sido alvo de vários assaltos – António Bastos, munido de uma espingarda caçadeira, deslocou-se ao local onde já se encontravam quatro militares da GNR que se preparavam para tentar a detenção do autor do furto que estava a decorrer.

Um dos militares estava acompanhado pelo empresário, que “empunhava a espingarda caçadeira”, não obstante “ter sido alertado para não a transportar e para não a disparar”.

Após ter sido localizado num pinhal, nas traseiras da empresa, a vítima “começou a correr” mas acabou detido por um militar que “o manietou e algemou, colocando-lhe os braços atrás das costas”.

A vítima “caminhava sem oferecer resistência, quieto, calado, cabisbaixo e meio curvado”, sendo agarrado pelo braço por um militar, quando o arguido abordou o agente da autoridade e, depois, disparou a arma.

O julgamento continua amanhã, terça-feira.»

Texto in JN online, 27-9-2010

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