sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Crime provado com Carlos Cruz e Carlos Mota

«Ex-casapiano disse ter sido transportado em Mercedes preto para Cascais, descrição entendida pelos juízes como elemento de credibilização.


- Carlos Mota começou a trabalhar com Cruz em 1990 e desapareceu em 2003 -



O crime de abusos sexuais já prescreveu por ter ocorrido entre 1996 e 1997, envolve Carlos Cruz e o seu antigo assistente Carlos Mota – que não foi constituído arguido e que está desaparecido desde 2003 – mas consta do acórdão do processo de pedofilia como um facto dado como provado.

A referência a um Mercedes preto no qual ‘Pedro’ diz ter sido transportado pelo ex-apresentador e pelo seu assistente para uma casa de Cascais foi entendida pelo tribunal como um elemento de credibilização, apesar de os juízes revelarem ter começado por duvidar da acusação. No entanto, explicam, Cruz tinha outro carro quando rebentou o escândalo, um BMW, "o que seria mais plausivelmente conhecido pelo assistente". "E o arguido confirmou em audiência que teve um Mercedes preto até Maio de 2000 (...) e confirmou também que a pessoa Carlos Mota colaborava consigo", escrevem os juízes no acórdão, concluindo que os abusos descritos pelo jovem aconteceram mesmo.

Na fundamentação, os juízes refutam ainda a tese da defesa, que pôs a hipótese de o jovem estar a ‘transportar’ a situação vivida com o inglês Michael Burridge – condenado em 2003 em Oeiras – para o processo Casa Pia, e acrescentam: "Descreveu pequenos elementos que dão credibilidade, pois são aqueles que dão uma ressonância acrescida de que é uma situação efectivamente conhecida."

De acordo com o acórdão, o jovem contou ter sido abordado por Carlos Silvino, que o mandou ir ter às traseiras do Colégio de Pina Manique, onde o esperavam, dentro de um Mercedes preto, Carlos Mota e Carlos Cruz, tendo sido transportado a uma casa em Cascais.

"A convicção do tribunal não veio a ser no sentido da invenção desta situação", escrevem os juízes, que no entanto não tiveram o mesmo entendimento quanto aos abusos descritos no Teatro Vasco Santana.

CARLOS MOTA PROCURADO NO BRASIL

Carlos Mota, ex-assistente de Carlos Cruz, começou a trabalhar para o ex-apresentador em 1990 e desapareceu em Fevereiro de 2003. A última vez que foi visto foi numa visita a Cruz, na cadeia, altura em que disse: "Se ele é pedófilo, eu também sou." Dias depois, a SIC revelou que Mota tinha antecedentes por crimes sexuais e que era investigado por lenocínio. Nunca mais apareceu. Segundo apurou o CM, as últimas informações recolhidas pelas autoridades apontam para a sua permanência no Brasil, local para onde terá fugido.»

in CM online, 17-9-2010

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