quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Monte Redondo, Leiria: Empresária acusada de matar recém-nascido

«Uma mulher, de 35 anos, foi detida, pela Polícia Judiciária de Leiria, na madrugada de ontem, pela presumível autoria do crime de infanticídio. A empresária em nome individual que trabalha numa papelaria será hoje presente ao juiz de turno do Tribunal de Leiria.

São ainda desconhecidas as causas que levaram M. de 35 anos, a dar à luz na sua residência e depois, alegadamente, ter morto o filho recém-nascido. O crime terá ocorrido no passado sábado mas apenas foi descoberto ao início da madrugada de ontem, após a denúncia de um familiar.

Segundo fonte da Polícia Judiciária (PJ), no sábado, a mulher ter-se-á trancado num quarto da sua residência, localizada na Rua do Moital, em Monte Redondo, nos limites do concelho de Leiria e de Pombal. Ali terá tido o recém-nascido – cujo sexo não foi revelado – e segundo contou aos inspectores da PJ terá “asfixiado a criança”.

“Só a autópsia (realizada ontem no Gabinete Médico Legal de Leiria) poderá confirmar se o bebé morreu ou não asfixiado”, sustentou fonte da judiciária.

Segundo a mesma fonte, a mulher terá “assumido o crime mas recusou explicar pormenores”, adiantando que “no quarto foi encontrado o corpo do recém-nascido embrulhado em roupas, e alguns indícios que confirmam que a criança nasceu ali e ali foi morta”. Para já, salientou “não há indícios de conivência de ninguém no crime”.

A denúncia, feita anteontem, partiu de um familiar que ?detectou um cheiro estranho vindo do quarto?. Militares da GNR estiveram na residência da mulher e encaminharam o caso para a PJ (a quem compete a investigação deste tipo de crime) que acabou por deter a mulher pelas duas horas da madrugada de ontem.
A suspeita tem três filhos, dois deles de um relacionamento anterior, e todos são menores. Residem no rés-do-chão de uma habitação propriedade dos seus pais, que vivem no primeiro andar.

Filha única de um casal de emigrantes, a mulher é pouco conhecida nas localidades vizinhas de Monte Redondo e Bajouca. Segundo alguns populares, a mulher trabalha numa papelaria em Meirinhas, concelho de Pombal, e o seu actual companheiro, de quem tem um filho, é empregado fabril.

Alguns recordam terem percebido a gravidez da empresária em nome individual (como está registada nas finanças), apesar de outros garantirem não terem notado nada.

Na casa da família o silêncio imperou. Um tio da mulher ainda garantiu que os cunhados “estão em choque com tudo isto” e mais não disse.

M. será presente hoje de manhã ao juiz de turno do Tribunal de Leiria para aplicação das respectivas medidas de coacção.»
Texto in JN online, 25-8-2010

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